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Os cinemas drive in, nos dias de hoje, não são tão comuns como já foram um dia. O avanço da tecnologia tornou inevitável o desaparecimento desse tipo de cinema que trazia toda uma vivência para o espectador. Hoje em dia, pensamos no cinema como simplesmente entrar numa sala, sentar numa cadeira exageradamente confortável, ver trailers desnecessários, assistir a um filme e simplesmente deixar o lugar. Já o cinema drive in traz um leque de experiências muito mais interessantes como o fato de ter que sintonizar a rádio para ouvir o áudio, acender o farol do carro para pedir algo do cardápio, por exemplo, como o filme nos mostra.

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 Voltando às raízes

A volta à Terra Média

 O Hobbit: Uma Jornada Inesperada chegou às salas de cinema nesta última sexta-feira (14) para o alívio de tantos e tantos fãs ao redor do planeta que tanto esperavam pela tão magnífica volta à Terra-Média, onde Frodo e Sam, dez anos atrás, destruíam o Um Anel de Sauron no fogo das Montanhas da Perdição. Mas o foco dessa nova história a ser contada não é Frodo, como todos sabemos. E sim, o simpático Bilbo Bolseiro, residente do Condado. O início do filme é bem nostálgico. Para quem se lembra das últimas palavras de Bilbo em O Retorno do Rei, sobre a ‘aventura que fora sua vida’, é um momento bem interessante. Afinal, conta exatamente tudo o que aconteceu naquele fatídico dia quando Frodo recebeu a sua ‘missão impossível’, em A Sociedade do Anel. Antes disso, porém, foi introduzido aquele já conhecido ‘prólogo’, que vai dando uma introdução aos acontecimentos que estão para ser mostrados, justificativas e muito mais. Além do mais, quem leu o livro vai se deliciar com as primeiras falas de Bilbo. Bilbo Bolseiro, então, é ‘convocado’ para uma aventura pelo mago Gandalf, também já conhecido do espectador que acompanhou a trilogia Senhor dos Anéis. A história se passa 60 anos antes dos acontecimentos que são mostrados na saga do Anel, e a trama acaba sendo afetada por isso também. O filme foi adaptado da obra de JRR Tolkien, de mesmo nome, que era originalmente um conto para crianças; essa era justamente a preocupação que muitos tinham, na expectativa para descobrir como o filme seria.

Peter Jackson se prova mais uma vez

Peter Jackson

Pois bem, Peter Jackson provou mais uma vez ser um dos melhores diretores de nosso tempo, fazendo com que o filme fosse divertido, com humor contagiante, sem acabar se tornando alguma coisa tola, infantil ou tosca. De verdade. São muitas as cenas engraçadas presentes n’O Hobbit. Ô se são! A maioria é protagonizada pelos desengonçados anões, que nessa aventura não têm um destaque individual propriamente dito, e sim, são mostrados como um grupo, afinal, todos eles são do mesmo povo e compartilham do mesmo sentimento de querer voltar para Erebor- sua cidade que fora tomada pelo dragão Smaug, que é o objetivo central do filme. Isso acaba sendo bom por uma coisa: quem não entendia muito bem os outros filmes da franquia entenderá esse muito bem, porque o objetivo é bem simples e direto, sem muito tempo para ‘discussões paralelas’. Parte disso porque o livro também é bem simples e direto, o que Peter Jackson soube aproveitar muito bem. No entanto, se o objetivo é bem direto, o filme acaba pecando em outro aspecto. Ao dividir o livro em TRÊS filmes, Peter Jackson assumiu a responsabilidade de ter que extrair tudo o que fosse possível dele, o que não é muita coisa. Mas ele foi além: buscou apêndices dos livros, anotações, rabiscos, idéias perdidas de Tolkien e resolveu introduzir no filme. Pois bem, isso só diminuiu o ritmo da aventura que é mostrada no filme. Em alguns momentos você realmente sente que aquela cena foi colocada lá só para ter ‘mais sobre o que falar’, mas também com intenção de introduzir melhor os personagens ao público. Só ficou um pouco cansativo, mas esse- único- aspecto negativo foi totalmente compensado pela qualidade técnica excepcional do filme, que é de chorar.

 48fps: um espetáculo para os olhos e para a mente

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 Eu vi o filme em 18 quadros por segundo. Foi fantástico. Simplesmente mágico. Quando vi Gandalf na telona, tinha certeza que era computação gráfica, tamanha a riqueza nas imagens. Não só lá, mas em TODO o filme. TODO. Durante as 2 horas e 49 minutos de duração, o que víamos era um espetáculo inigualável na produção técnica do filme. A fotografia da Terra Média, que já era maravilhosa, ultrapassou os limites de beleza de tudo o que já foi visto na história de cinema. Tudo foi espetacularmente bem trabalhado pela produção do filme, e a experiência se tornou ainda mais magnífica em 48 frames por segundo. Peter Jackson acertou, mais uma vez. Bilbo Bolseiro foi genialmente interpretado por Martin Freeman, que pareceu a mim ser a real personificação do personagem que víamos nos livros. Seus atos, suas caretas, seus gestos, tudo pareceu simplesmente saltar das páginas do livro para as lindíssimas telas de cinema. Além disso, na aventura, consegue desenvolver no espectador uma afinidade com Bilbo, que sempre se mostra leal e justo. Como um verdadeiro hobbit. Um outro bom acontecimento foi essa liberdade que Jackson teve ao desenvolver todos os seus personagens, mesmo que alguns- os anões, em geral- não pudessem ter tal espaço, porque afinal, são 13. Mas com as cenas iniciais ele conseguiu dar um caráter a todos, que, como eu disse, têm a origem em comum e compartilham do mesmo sentimento patriótico quanto Erebor. Essa sacada foi ótima. Matou 13 coelhos de uma vez só. Excelente caracterização dos anões, a maquiagem perfeita. Trilha sonora impecável. Imagens de chocar e chorar, de tão maravilhosas. 3D aguçado. ‘Psicológico’ daqueles que viram O Senhor dos Anéis muito bem trabalhado, com momentos nostálgicos. A computação gráfica muitíssimo realista, só ajudada pelo 48fps e 3D. Personagens carismáticos. Humor, também bem trabalhado no roteiro.

Esse é O Hobbit- Uma Jornada Inesperada. Duas horas e quarenta e cinco minutos de extremo entretenimento. Duas horas e quarenta e cinco minutos de um dos melhores filmes do ano, indiscutivelmente. Em todos os aspectos.

Parece que foi ontem o dia em que eu vi Batman-O Cavaleiro das Trevas, e que nesse dia, estava certo de que queria o que ainda estava por vir o mais rápido possível, o quanto antes, imediatamente. Quatro anos depois, retorno à sala de cinema com uma expectativa maior do que eu nunca tinha tido na vida, inquestionavelmente. Estava certo também de que a conclusão seria épica, de um jeito ou de outro. Não tinha os pensamentos em ordem quanto ao que realmente aconteceria com o fim da trilogia do Morcego nas telas do cinema. Mais uma saga de filmes falando sobre o Guardião de Gotham. Mais um filme do heroi mais conhecido de todos os tempos.

E o que vi, foi um filme que imortalizou a figura do Cavaleiro das Trevas.

O que antes era questionado e talvez apenas imaginável, se tornou real, com tamanha produção, qualidade e complexidade dos fatos que acontecem em O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Chistopher Nolan também acaba de se imortalizar como diretor e roteirista, assim como Christian Bale, que com certeza é o maior e melhor Batman já visto na história.

As qualidades de Nolan já eram indiscutíves, a não ser em alguns pontos. Mas depois desse filme, o difícil será achar que esses pontos podem ser discutidos, pois foram completamente sanados no filme. Mas vamos dar um tempo e falar sobre os personagens introduzidos no último capítulo da Lenda de Gotham.

Joseph Gordon-Levitt esteve esplêndido em sua atuação e é um dos pontos bons do filme a ser destacado, afinal, tal feito seria basicamente muito difícil de acontecer devido a sua introdução tardia no meio da trama de Christopher Nolan; Mas ele provou que não é um homem apenas de papéis mais ‘simples’ ou coisa assim: aqui se mostrou completo e capaz, acima de tudo.

Anne Hathaway se mostrou perfeitamente bem escolhida para o papel de Selina Kiley e Mulher-Gato. Com uma tuação primordial dela e com tal importância dentro da trama, com certeza será lembrada daqui para frente como a Mulher-Gato que todos esperavam ver nas telas. A manipuladora, aquela que consegue enganar a todos- até mesmo a Bruce Wayne.

Tom Hardy fez o papel do vilão Bane, que é o terror de Gotham no filme. E tenho que dizer: é outro personagem que talvez pudesse ser questionado por causa de seu papel que fora mostrado dentro dos quadrinhos ou por ser ‘fantasioso’ e impossível de ser colocado no universo criado por Nolan. Mas não: com uma atuação excepcional do ator e com a genialidade de Nolan por trás das câmeras, podemos perceber que mesmo um personagem tão viril pode ser inteligentíssimo e tão maligno em suas ações.

Marion Cotillard , fazendo Miranda Tate, foi de quem eu menos gostava durante o filme, talvez apenas por ser tão rapidamente mostrada. Mas só depois que percebi tamanha a importância que ela tem nesse último capítulo, e que também deve créditos a Nolan. Todos os outros personagens na trama tem um papel a fazer, mesmo que de menos importância; Mas não podemos deixar de citar as brilhantes atuações de Michael Caine (que é a minha aposta para concorrer ao Oscar) e Gary Oldman, que também foi magnífico interpretando o Comissário Gordon.

Hans Zimmer também tem seus óbvios créditos, pois foi ele, afinal, o responsável pela emoção de todos os espectadores nos momentos vitais do filme. Seja nos pontos altos ou baixos, na felicidade ou no drama, Zimmer também foi genial em seu papél por trás das câmeras, nos estúdios onde a trilha sonora de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge foi genialmente composta.

Não importa quantas palavras a mais eu escreva, não será possível descrever a emoção que senti durante a exibição desse filme, que eu classificaria de perfeito, em todos os sentidos. Aliás, não somente esse, mas a trilogia como um todo, e que realmente parece ser parte (e é) de uma coisa só: da mente de Christopher Nolan.

Existem muitos tipos de filme. Temos os filmes ruins. Os filmes regulares. Os filmes bons. Os filmes ótimos. Os filmes excelentes. E também, um tipo de filme que foi introduzido nessas categorias de avaliação: os filmes Batman. Ou no caso, apenas o único filme que se encaixa nesse tipo de descrição: Batman- O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

Obrigado, Christopher Nolan, por tornar o impossível possível. Obrigado por realizar o inimaginável.

Além do que é possível. Além das expectativas. Além de tudo.

E que o Cavaleiro das Trevas ressurja.